Arte contemporânea e o campo expandido da comida

Esta pesquisa investiga como obras de arte contemporânea se relacionaram de maneira sistêmica com a comida e como contribuem para a formação de um imaginário crítico e poético sobre sistemas alimentares. São investigadas a série Inserções em circuitos ideológicos de Cildo Meireles; Arte de Sistemas do conceitualismo argentino do CAYC – Centro de Arte y Comunicación; os projetos de Joseph Beuys com múltiplos e alimentos; e produções artísticas do Grupo Poro, do Thislandyourland e de Jorgge Menna Barreto.

Buscar imagens numa cidade em pandemia

Este texto aborda um processo de investigação artística realizado no espaço público de Salvador/Bahia entre os meses de maio e novembro de 2020, período em que a cidade estava sob forte impacto da quarentena e medidas restritivas frente à pandemia da Covid-19. Foi desenvolvido experimentando a escrita como forma de relato poético sobre imagem e cidade. Apresenta reflexões sobre os impactos do isolamento social na criação artística e na relação com o espaço público, bem como na produção de fotografias da cidade e edição de ensaio fotográfico em um fotolivro sobre os vazios e suspensões do espaço urbano na pandemia.

Abandono poético: descarte, circulação e acaso

1. Poemas anônimos em praça pública Na década de 1990, em Belo Horizonte, certa vez me deparei com um pequeno exemplar de um livro intitulado “Anônimos”. Não estava numa livraria, nem numa biblioteca, mas no banco de uma praça. Sentei ao lado daquele pequeno livro e, antes de pegá-lo, esperei um tempo para ver se …

24a Bienal de SP: Percurso entre memórias e uma narrativa sonora

Foi na visita à Bienal de São Paulo em 1998. Fiquei sabendo que um dos trabalhos expostos no Pavilhão era um walkman que a gente deveria colocar e aí acontecia a obra. Depois de mais de 6 horas exaustivas, vendo trabalhos do mundo inteiro dentro de um ambiente barulhento e quente, cheguei ao guichê onde …

Poro – anotações diversas ou Intervenções por uma cidade sensível

Desde de 2002 o Poro vem realizando suas intervenções urbanas, fazendo trabalhos que buscam levantar questões sobre os problemas das cidades e que buscam uma ocupação poética dos espaços. Afinal, acreditamos que a cidade deve ser cada vez mais reivindicada como espaço para a arte. Através de nossas ações, tentamos problematizar a relação das pessoas com a arte, a relação das pessoas com a cidade e a relação da arte com a vida.

A escrita na obra de Marcel Broodthaers

Marcel Broodthaers nasceu em Bruxelas em 1924. Teve intensa ligação com os surrealistas durante a juventude, o que mais tarde vai influenciar bastante sua obra. Antes de se enveredar pelas Artes Plásticas, foi escritor, repórter fotográfico e guia de exposições. Criador de objetos enigmáticos em que a poesia está sempre presente, o seu trabalho incorporou quase todos os meios disponíveis na época em que viveu: a pintura, o desenho, a escultura, o cinema, os livros, as instalações, objetos do seu ambiente cotidiano, a fotografia, a escrita, as placas de sinalização industrial.

Joan Brossa: pequeno panorama sobre sua vida e obra

Joan Brossa nasceu em 1919 em Barcelona, Espanha, esteve em permanente movimento. Toda sua vida pode ser vista como um processo de experimentação constante que resultou numa impressionante obra plástica e poética: numerosos trabalhos de poesia em verso, poesia visual, poesia objeto, instalações, poemas transitáveis (esculturas-poema em locais públicos), poemas cênicos (textos para teatro) e roteiros cinematográficos.

Relações entre imagem e escrita nas artes

Durante o século XX pode-se perceber que houve grande diálogo entre as artes visuais e a literatura, acompanhando a diluição de limites rígidos entre as diferentes linguagens e consequente aproximação entre as artes, principalmente a quebra de fronteiras entre o texto e a imagem. Poetas se conscientizaram da visualidade da escrita e da página, além de incorporar elementos gráficos e imagens aos seus trabalhos. Artistas visuais retomaram a origem visual da escrita, utilizando elementos textuais em suas obras: grafismos, letras de diversos alfabetos, colagem de fragmentos de textos impressos etc., utilizando a escrita como elemento gráfico e/ou conceitual.